corpo doméstico – fragmento II2012 São apresentados 16 desenhos em grafite HB sobre papel no formato 10×15. Estes desenhos foram feitos a partir de registros fotográficos do meu corpo em movimento dentro de uma sala de escritório. Trava-se, por um lado, um conflito do corpo com a delimitação física do ambiente construído, por outro, com o estado melancólico de inação provocado pela rotina do cotidiano. O lugar de instalação dos desenhos é uma caixa de cimento vedada com vidro e construída temporalmente; tendo como ritmo o tempo de espera para cura das sucessivas camadas de cimento. Os desenhos foram inseridos durante a feitura do fundo da caixa, quando sobre a superfície de argamassa crua foram imersos, e a caixa sobreposta. A matéria dos desenhos ficaram a sorte da dinâmica de absorção e evaporação natural da cura do cimento. Foi construído um objeto escultórico único de onde a retirada dos desenhos apenas é possível mediante a destruição da caixa. Esta ação foi impressa no trabalho. Cada apresentação pública torna-se uma restituição do ato que deu origem à forma final do trabalho: uma reconstrução dos resíduos que promove, contraditoriamente, sua degradação imprevista, decorrente das dificuldades de transporte da estrutura, agora, instável. …………………………………………………………….. domestic body – fragment II 2012 16 drawings on paper using only HB graphite are presented. Each drawing has the usual size of a portrait: 10 x 15 cm. They were made using as reference photographs which record my body in movement in an office room. I’m dealing, on one hand, with the conflict of any kind of body against the physical delimitation imposed by a built environment; on the other hand, with the melancholic mood of inaction, inherent to every daily routine. The container used to install the drawings is a cement box closed with a heavy piece of glass. The box was built gradually, respecting the cement’s curing process in every one of its layers. The drawings were inserted when the bottom of the box was made. They were laid down over the fresh cement and closed with the box which was previously built. The drawings, then, were altered by the natural dynamic of absorption and vaporization of the curing process. In the end, the box took on features traces of a sculptural object. And the drawings could only be removed with the destruction of the box. This action was printed onto the work. Each public exhibition requires a restitution of that violent act, which determines the final form of the work. Like an archeological task, the rebuilding of the piece with its remains promotes, paradoxically, its degradation, because of the difficulties of the now unstable structure’s transportation and assembly.
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