ação de desenhar o que resta2015 coautoria: Marcelino Peixoto Ocupação de desenho ocorrida entre 25 de junho e 02 agosto, na Galeria de Arte GTO do Sesc Palladium, em Belo Horizonte/MG. Restar é o nome da ação que inaugurou o espaço expositivo. 4.000 tijolos foram instalados no espaço urbano, à frente de uma das entradas da instituição. Carregamos os tijolos gradualmente, com o auxílio de carrinhos de mão, para dentro da galeria. Restar teve como diretriz a construção de paredes e colunas até o ponto em que suas linhas de força se rompessem, ocasionando seus desmoronamentos. A cada queda, uma nova estrutura era erguida, até que todos os tijolos tivessem sido utilizados. Nas datas subsequentes à primeira ação, as ruínas das estruturas serviram de referência para desenhos que preencheram as paredes da galeria. Desenhar o que resta utilizou fotografias dos escombros, projetadas em P&B nas paredes, e preenchidas com 5 tons de cinzas a grafite. Esta ação teve a duração média de 3 horas diárias de trabalho, executada pelos artistas. Compunha o espaço expositivo uma paisagem sonora: documento em áudio dos ruídos e quedas da ação anterior, restar. Após 35 dias contínuos de desenho, em um momento em que o trabalho havia alcançado um equilíbrio compositivo entre as estruturas de tijolos e os desenhos nas paredes, redefinimos a ocupação para seu encerramento. Com a participação de Viviane Gandra, a ação 500 Kg/m² constituiu-se no desmonte das estruturas e na rápida ocupação de todo o piso da galeria com as 8 toneladas de tijolos. Em seguida 14 pilhas foram organizadas, com dimensões regulares de 100 x 100 x 25 cm alinhadas em pares na centralidade da galeria. O peso de cada pilha correspondia a carga de segurança estrutural do piso da galeria, ou seja, 500 Kg/m². Duas demãos, última ação realizada nos três últimos dias de ocupação, constituiu-se no recobrimento dos desenhos a grafite com duas demãos de tinta branca, restituindo as paredes o seu ponto inicial, sem contudo deixar de entregar os vestígios de um longo trabalho. Se o pó avermelhado do tijolo que recobre o piso da galeria denuncia uma certa contradição em relação a ordenação rigorosa do espaço promovida pela ação 500 Kg/m², também as manchas brancas-acizentadas que velam os desenhos fundam a aparência de um desfecho, ou de um possível recomeço. Resta um inquieto sussurro do que de fato ocorreu, reforçado pelo áudio insistente que conduz até o último dia de ocupação o som das quedas das estruturas em seu primeiro dia. documentação completa/full documentation: ……………………………………………………………. action of drawing what remain 2015 co-author: Marcelino Peixoto Remain is the name of the action that inaugurated the exhibition space. 4,000 bricks were placed in the urban space, in front of one of the entrances of the institution. Two performers gradually load the bricks in wheelbarrows into the gallery during 8 hours. Remain had as its guideline the construction of walls and columns to the point where its strength lines were broken, causing their collapses. At each fall, a new structure was erected, until all the bricks had been used. The following dates after the first action, the ruins of the structures became reference for drawings filling the walls of the gallery. To draw what remains used photographs of those debris, projected in B&W on the walls, and filled with 5 shades of gray made with graphite. This action had an average duration of 3 hours per day performed by artists. A soundscape was also part of the gallery’s ambience: a sound documentation of the noises and falls of Remain. After 35 continuous days of drawing, when the work had reached a compositional balance between the brick structures and the drawings on the walls, we redefined the occupation for its closure. With the participation of Viviane Gandra, the third action, named 500 Kg/m², consisted of dismantling the structures, brick by brick, and distributing them on the gallery’s floor. Soon after, the performers piled up 14 stacks, with regular dimensions of 100 x 100 x 25 cm aligned in pairs in the middle of the gallery. The weight of each stack corresponded to the structural safety load of the gallery floor, ie 500 kg/m². Two coats, the last action during the last three days of occupation, consisted of covering the graphite drawings with two coats of white paint to restore the walls to their initial point, however without erasing completely the vestiges of a long work. If the red dust of brick that covers the gallery floor denounces a certain contradiction in relation to the strict ordering of the space promoted by the action 500 Kg/m², also the white-gray spots that guard the drawings base the appearance of an outcome, or a possible resumption. Thus, remains a restless whisper of what actually occurred, reinforced by the insistent audio that leads to the last day of occupation the sound of the falls of the structures on its first day. | Desenho: Luis Arnaldo | Foto: Bernardo Zama | Foto: Bernardo Zama | Foto: Bernardo Zama | Foto: Bernardo Zama | Foto: Bernardo Zama | Foto: Bernardo Zama | Foto: Bernardo Zama | Foto: Bernardo Zama | Foto: Bernardo Zama | Foto: Bernardo Zama | Foto: Bernardo Zama | Foto: Bernardo Zama | Foto: Bernardo Zama | Foto: Bernardo Zama | Foto: Raquel Abreu | Foto: Luis Arnaldo |